Violência no âmbito educacional e a mediação de conflitos

Antonio de Oliveira Siqueira
Maria Cristina Soares Esteves

O processo de mediação vem tomando corpo há tempos e incrementando as mais diversas áreas de atuação como ferramenta para solução de impasses.

Esses conflitos estão presentes em nossa sociedade ao longo dos tempos, diretamente por meio dos embates bélicos ou, de outra forma, através da violência estrutural e cultural que dá origem às situações de humilhação, discriminação, exclusão e até causando mortes.

Assistimos a uma cultura disseminada de violência que sobressai nos relacionamentos entre os indivíduos, independente de idade, sexo, classe social, religião etc.

Para inverter essa tendência, torna-se necessário desenvolver uma educação para a convivência e para gestão positiva dos conflitos, a fim de construir uma cultura de paz, de cidadania e de convivência saudável.

A escola pode encontrar na mediação uma abordagem para a transformação criativa dos conflitos, aceitando aproveitá-los como uma oportunidade de crescimento e mudança, um potencial educativo e de formação pessoal para a resolução de problemas para a vida.

A mediação escolar é um meio de diálogo e de reencontro interpessoal, de resolução dos conflitos, em que um terceiro, neutro e imparcial, auxilia os indivíduos a comunicar, negociar e alcançar compromissos mutuamente satisfatórios.

Preparar os atores da comunidade educativa para a mediação significa não só fomentar uma melhor convivência na escola, mas também produzir uma sociedade civil mais madura, ativa e cidadã; normalmente o que podemos observar é a existência de uma cultura corretiva e muito pouco preventiva.

Segundo Robert Jung, devemos favorecer no indivíduo o desenvolvimento das qualidades de que terá necessidade no terceiro milênio, dentre as quais a tolerância e espírito de solidariedade, para conviver pacificamente com os outros, em uma época de vertiginosa expansão demográfica.

Uma das ferramentas bem apropriada para produzir a mediação pode ser o counseling, que é está baseado no processo de escuta ativa desenvolvido Carl Rogers, a abordagem centrada na pessoa.

Trata-se de um modo de enfrentar e resolver problemas, favorecer um processo decisório, ajudar a superar uma crise, melhorar relacionamentos com os outros, facilitar o desenvolvimento, aumentar o conhecimento, a consciência de si e permitir a elaboração de emoções e conflitos interiores.

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