Adalto Luiz Chitolina
Você já se deu conta de quanta dificuldade nós temos de ficar a sós conosco mesmos, de silenciarmos um pouco a nossa vida? É interessante perceber como sempre queremos solução para os nossos problemas e dificuldades, mas quão dificilmente aceitamos que uma grande ajuda está no ato de silenciarmos e nos voltarmos para nós mesmos! Sempre temos a sensação de que a solução para toda situação conflitiva ou angustiante que estejamos vivendo vem de fora, do outro – real ou mágico – sem que nós precisemos nos envolver. E por isso mesmo, tantas vezes pouco nos envolvemos.
Na verdade, o que se sabe é que cada um de nós traz um potencial muito grande dentro de si que lhe dá todas as condições para enfrentar a vida às suas próprias custas. Isso! Nós temos em nós uma gama enorme de possibilidades psíquicas que nos permitem fazer frente a qualquer situação que se nos apresente ao longo do nosso existir.
Contudo, parece que o mais complicado para nós é o acesso a esta força interior. É como se nós quiséssemos buscar este grande recurso sem muito esforço, como, aliás, em tudo na vida somos assim, sempre o mais fácil e do modo menos exigente.
Bem, uma maneira simples de entrarmos em contato com esta capacidade interna nossa é fazendo silêncio. Silêncio que podemos entender de duas formas: uma, nos aquietando interiormente, tentando escutar o que o nosso mundo interior nos vai dizendo e a outra, procurando também não estar tão envolvido com o barulho exterior. Quando nos envolvemos mais longamente com o nosso silêncio, sabemos de fato quem somos, o que buscamos e por que nos movemos. Fazer silêncio é como abrir um enorme túnel dentro de nós que nos permite entrarmos em contato com uma parte de nós que, ordinariamente não é considerada.
Ora, por natureza nós somos constituídos de uma força interior tremenda, de uma energia que nos move, de recursos que nos colocam em sintonia com o mundo, com a vida que nos circunda. E é justamente deste contato com o nosso íntimo que brota a força que nos pode fazer superar os momentos difíceis do existir. Mas temos de nos escutar. O nosso interior sempre nos diz o que devemos fazer. É o que nós chamamos de intuição, ou como querem alguns, voz interior. No fundo, é a sintonia com o nosso Eu mais profundo que nos coloca no caminho da solução dos conflitos, como uma mãe coloca o filho na direção do brinquedo que ele quer alcançar.
Que tal, de forma consciente procedermos a um encontro profundo com a nossa intimidade, com o nosso Eu mais profundo, a fim de buscarmos ali as razões e as forças para continuarmos nossa caminhada e nossa luta?
Não espere que alguém lhe diga o que fazer! Busque a resposta dentro de você. Silencie. Encontre-se consigo mesmo e descubra quanta força você tem disponível para enfrentar os desafios que a vida lhe apresenta.