NÃO BASTA CUIDAR DO VASO, MAS DE NÃO PERDER O ENCANTAMENTO PELO TESOURO

(Apontamentos…)

A atração sexual, se constitutiva, faz parte da identidade da pessoa. 
O celibato e voto de castidade não anulam o desejo, mas exigem integração desse desejo, seja hétero ou homossexual, no próprio projeto de vida.
Ambivalente, pois pode ser uma grande riqueza ou uma grande fragilidade; sua integração depende muito da maturidade da pessoa e do significado dado por ela à sua vida.
A sexualidade é algo constitutivo que precisa ser compreendido e abraçado 
A partir da escolha do celibato e da consagração, há três renúncias: comunhão definitiva, sexo, paternidade ou maternidade.

A disciplina e autodomínio favorecem a autodoação, que é a conformação com os sentimentos e condições de Cristo Jesus.
… ficar em paz com a escolha que não fez.
… para imaturidade, paciência; para indiferença, exclusão.

EQUÍVOCOS:

  • Considerar a formação humana apenas no início;
  • Acreditar que seja possível viver a própria consagração com as mesmas motivações e o mesmo comportamento e as idênticas estratégias do início;
  • Perder a capacidade de se envergonhar, banalizando comportamentos inadequados;
  • Iludir-se com a ideia de que a graça será sempre suficiente, esquecendo-se da nossa ação;
  • Deixar-se levar pela indiferença em relação à mediocridade que se impõe como estilo de vida;
  • Subestimar a possibilidade de formação de culturas dentro do processo formativo, paralelo e até antagônico aos objetivos;
  • Desconsiderar que os escândalos sexuais são relacionais;
  • Supor que as mudanças do clero estão relacionadas com maturidade dos sujeitos;
  • Minimizar a força e o estrago do poder sacerdotal nas mãos de quem é psicologicamente frágil;
  • Acreditar que todos os casos de abuso resultam de patologias não identificadas no devido tempo;
  • Reduzir a questão do abuso como comportamental, ignorando a complexidade dos fatores que entram em jogo;
  • Presumir-se superior aos que chegaram a uma conduta imprópria;
  • Considerar o celibato ou castidade como naturais;
  • Identificar continência com castidade;
  • Não reconhecer a relação entre sexualidade e poder;
  • Menosprezar a relação entre autorrealização e sexualidade;
  • Permitir-se pequenas transgressões veniais;
  • Desvincular o modo de vida da sexualidade da maturidade da pessoa (a maturidade sexual é um processo contínuo);
  • Reduziu a compreensão do autoerotismo a uma questão física;
  • Supor que o racional é suficiente para se proteger do desejo;
  • Acreditar que consagrados são imunes às patologias psicoafetivas;

PROPOSTAS:

  • Romper com estilos narcisistas;
  • Questionamentos frequentes para entender os motivos que produziram os problemas;
  • Distinguir imaturidade de imoralidade e indiferença;
  • Mais que teoria e discursos, exemplos e práticas;
  • Assumir com seriedade o discernimento vocacional, assumindo a mediocridade como normal;
  • Favorecer o discipulado e não apenas o seguimento de regras;
  • Escolher bem e preparar os formadores;
  • Servir-se do apoio de psicologia;
  • Formar para humildade;
  • Na dinâmica vocacional, a prioridade está na chamada de Deus;
  • Educação para solitude, a solidão habitada;
  • Priorizar a formação do coração, ou seja: convicções, objetivos, desejos e projetos de vida;
  • Solidificar a vida teologal, pois Deus é a razão de tudo;
  • Combater a mentalidade da culpa individual e tratar como coletiva;
  • Assumir a sexualidade como um mistério, com humildade;
  • Tratar das questões sexuais com seriedade e responsabilidade, sem relegar apenas ao foro íntimo;
  • Valorizar experiências de amizade autêntica;
  • Ratificar o celibato e a continência como vocação e não obrigação;
  • Assumir a sexualidade como central;
  • Elaborar um itinerário para formação casta;
  • Formar para a verdade;
  • Revisar continuamente as estruturas da instituição;
  • Edificar as comunidades para o amor, respeito e apoio mútuo;

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